Aprendizagem: horas a fio na sala de aula ou estudo em casa?
- Dra. Virgínia Chaves
- 25 de jan. de 2020
- 2 min de leitura

Quanto mais estudamos sobre neurociência e vislumbramos suas aplicabilidades na sala de aula, mais clara fica a necessidade de autonomia do aluno no processo de aprendizagem.
Não estou falando aqui sobre aprendizagem centrada no aluno, metodologia importante e eficaz, mas sim, da autonomia desenvolvida quando o aluno estuda sozinho.
Estudos mostraram que a atividade cerebral de um aluno que assiste aula expositiva assemelha-se à de uma criança assistindo à TV passivamente.
As aulas expositivas são importantes e fazem parte do leque de opções do professor como estratégia pedagógica. Entretanto, perde-se parte da eficácia da aprendizagem quando o único subterfúgio usado pelo aluno (e pelo professor) é a aula expositiva.
É necessário que o aluno, após a aquisição de informação (aula), consolide o que foi ouvido.
Costumo dizer que o aluno não aprende em sala, mas sim em casa. Na sala de aula há apenas (não menos importante) a transmissão do conteúdo. Em casa, ou em momento posterior, sozinho, o aluno consolida o que foi absorvido, fazendo registros e associações próprias, tão importantes para a formação de memória.

É comum vermos escolas, que no intuito de aumentar a eficácia da aprendizagem do seu alunado, oferecem mais aulas expositivas no contraturno, aulas aos sábados, Domingos e aulas on-line. Se o aluno possui estratégias próprias e consegue anotar enquanto o professor fala, ou criar esquemas, desenhar, ele não está passivo. Criou sua própria metodologia para acompanhar aulas expositivas. Entretanto, quanto mais jovem é o aluno menos comum é o conhecimento sobre sua própria cognição.
Quanto mais tempo o aluno passa assistindo aula, menos tempo ele tem para efetivamente estudar. Ele só absorve passivamente as informações sem tempo hábil para consolida-las. Isso sem mencionar a necessidade de descanso e intervalo para o cérebro.
Além disso, quanto menos o aluno cria estratégias próprias para estudo, menos ele aprende sobre sua cognição, consequentemente, mais tempo leva para aprender a estudar.
Muitos alunos me perguntam como é que se estuda. Estamos deixando essa questão importante de lado quando trazemos soluções prontas para os aluno por meio de aulas que servem apenas ao propósito de transmitir informação processada pelo professor.
Algumas pessoas só aprendem como estudar quando já estão na faculdade, e isso gera um rastro de frustração pessoal.
A responsabilidade da escola é grande ao propor que o aluno passe horas a fio assistindo aulas expositivas, por vezes, no fim de semana.
Para ajudar os alunos em seus estudos em casa ou na escola, sugiro:
Estimule os alunos a estudarem sozinhos, seja em casa ou na escola.
Faça -os refletir sobre como eles acham que aprendem mais facilmente: fazendo resumos, ouvindo aulas gravadas ou assistindo a vídeo-aulas, etc.
Explique a eles que quanto mais estudam sozinhos mais facilmente irão perceber suas próprias formas de aprendizagem.
O método de estudo de um aluno pode não ser o mais adequado para outro.
Sua escola incentiva o estudo em casa? Cria estratégias para facilitar a autonomia do aluno quanto ao estudo? Ou centraliza a aprendizagem em excessivas horas de aula expositiva?
Quer saber mais sobre o assunto? Chame a Glia na sua escola!
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