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Não é sua memória, é sua atenção: como melhorar o foco e reter informações

Atualizado: 14 de jan.


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Você já teve a sensação de que sua memória falhou na hora de lembrar algo importante? Talvez, ao tentar resgatar aquela informação estudada há pouco tempo, ela simplesmente não estivesse disponível. O que muitos não sabem é que, em diversos casos, a falha não está na memória, mas na atenção.

A neurociência nos mostra que a memória depende de três etapas fundamentais: aquisição, consolidação e recuperação. A etapa de aquisição, onde a atenção desempenha um papel central, é o momento em que as informações são captadas pelo cérebro. Se não estamos atentos, não registramos o que vemos, ouvimos ou lemos – e, consequentemente, não temos o que lembrar depois.

Vivemos em uma era onde nossa atenção é constantemente fragmentada por notificações, distrações e estímulos diversos. Neste artigo, vamos explorar como a atenção e a memória estão conectadas, por que estamos tão distraídos e como melhorar o foco para reter informações de forma mais eficaz.


Atenção e Memória: como elas se conectam?


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A atenção funciona como um filtro para o cérebro. Ela decide o que será registrado como uma memória e o que será descartado. Quando estamos distraídos ou com a atenção dividida, as informações não chegam ao hipocampo, a região do cérebro responsável por consolidar memórias de longo prazo.

Estudos clássicos, como o modelo de níveis de processamento de Craik e Lockhart (1972), mostram que o nível de atenção durante a aquisição de informações é crucial para a retenção. Quando nos concentramos de forma profunda, o cérebro processa as informações em níveis mais elaborados, aumentando a probabilidade de memorização.

Já estudos recentes reforçam essa conexão. Por exemplo, uma pesquisa publicada em 2023 discute a relação entre neuroplasticidade, memória e aprendizagem, destacando que fatores como emoções, estados de ânimo e nível de atenção influenciam diretamente a memória.

Por outro lado, a atenção fragmentada – causada por estímulos externos, como notificações do celular ou excesso de tarefas – reduz significativamente a capacidade do cérebro de armazenar informações. Isso explica por que alunos, ao revisarem conteúdos, muitas vezes sentem que "não conseguem lembrar" o que estudaram: a atenção estava comprometida no momento inicial do aprendizado.


Por que nossa atenção está tão fragmentada?

Em um mundo hiperconectado, somos bombardeados por estímulos a todo momento. Estudos mostram que o uso excessivo de smartphones está associado a sintomas de depressão, ansiedade e estresse, afetando nossa capacidade de manter a atenção. Cada vez que isso acontece, nossa atenção é desviada, dificultando o retorno ao estado de foco.

Outros fatores que contribuem para a fragmentação da atenção incluem:

  • Excesso de informações: A quantidade de dados que consumimos diariamente sobrecarrega nosso cérebro.

  • Falta de sono: O sono insuficiente reduz a capacidade de manter a atenção.

  • Ansiedade e estresse: Estados emocionais negativos tornam mais difícil concentrar-se em tarefas cognitivas.


Como melhorar a atenção e reter informações?


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Embora seja desafiador manter a atenção em um mundo cheio de distrações, algumas estratégias podem ajudar a recuperar o foco e melhorar o aprendizado. Veja algumas dicas práticas baseadas em neurociência:

1️⃣ Crie um ambiente livre de distrações:Reserve momentos de estudo ou trabalho em que o celular esteja longe e as notificações desligadas. Ambientes calmos favorecem a atenção sustentada.

2️⃣ Adote técnicas de foco, como o método Pomodoro:Estude em blocos de 25 minutos com pausas de 5 minutos. Essa abordagem reduz a fadiga mental e mantém o cérebro ativo.

3️⃣ Durma o suficiente:O sono é essencial para consolidar memórias e melhorar a capacidade de concentração. Tente manter uma rotina de 7 a 9 horas de sono por noite.

4️⃣ Pratique mindfulness:Exercícios de atenção plena ajudam a treinar o cérebro para focar no presente e ignorar distrações.

5️⃣ Faça pausas regulares:Longos períodos de foco contínuo podem levar à exaustão mental. Pausas curtas ajudam a "resetar" o cérebro e melhorar a atenção.


Quer saber mais sobre neurociência aplicada? Continue conosco!

 
 
 

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